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Geral - 30/08/2024
Fintechs movimentaram R$ 7,5 bi em fraudes

A Polícia Federal prendeu 14 investigados por esquema que envolveria Inovepay e T10 Bank.

A Polícia Federal de Campinas, no interior de São Paulo, prendeu 14 pessoas nesta semana investigadas por movimentar R$ 7,5 bilhões em fraudes financeiras através das fintechs Inovepay e T10 Bank.

De acordo com a reportagem do G1, a quadrilha criou esses dois bancos digitais não autorizados pelo Banco Central (Bacen) para a prática de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal afirma que os bancos digitais tinham contas em bancos tradicionais e ofereciam, por meio da internet, contas clandestinas que permitiam transações dentro do sistema bancário oficial.

Para para muitas operações, essas empresas não reguladas precisam contratar serviços de outras instituições, geralmente por meio do modelo de banking as a service (BaaS), explica o Valor Econômico.

Assim, os bancos Rendimento e BS2, que prestam serviços para essas companhias, também foram afetados.

Na prática, as fintechs atuariam fazendo transferências entre seus clientes sem que houvesse uma real conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem.

De acordo com a PF, as operações acabavam "invisíveis" ao sistema financeiro. Por isso, o esquema atendia pessoas blindadas por ordens de bloqueio, penhora e rastreamento. As transações seriam usadas por facções criminosas, além de empresas com dívidas trabalhistas e tributárias.

Além das contas em bancos tradicionais, o grupo também usava máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, o que caracteriza a lavagem de dinheiro.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) percebeu as irregularidades e fez uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), que foi anexada ao processo. 

Na investigação, a PF identificou todos os envolvidos de alguma forma nas fraudes financeiras, seja no apoio logístico, financeiro ou operacional.

 

No total, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 de busca e apreensão. A maioria dos alvos estão em Campinas, mas a operação batizada de Concierge ocorreu em 15 cidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais. 

A polícia também pediu o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa e a Receita Federal aplicou sanções fiscais às pessoas jurídicas investigadas.

Além disso, a Justiça autorizou a suspensão das atividades de 194 empresas usadas pela quadrilha para disfarçar as transações irregulares. Ainda cancelou duas inscrições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e quatro registros de contadores.

Os investigados vão responder por gestão fraudulenta de instituições financeiras, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

[...]

As reportagens citadas não conseguiram contato com o T10 Bank. Em seu site, a fintech diz que oferece serviços como cartão, gestão de folha de pagamentos e assessoria jurídica especializada.

O Banco Rendimento disse ao Valor que, no momento da operação realizada pela PF, já não prestava mais os serviços mencionados para o T10 Bank, mas está colaborando com as investigações.

Já o BS2 não confirmou com qual das duas fintechs operava, mas disse que está colaborando com fornecimento de informações à Polícia Federal e Receita Federal relativas a movimentações financeiras de um cliente.

 

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