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Geral - 30/10/2023
Banco Central esclarece 'fatos, fakes e teorias da conspiração' sobre o Drex

Coordenadores do projeto do real digital realizaram live para esclarecer as principais dúvidas e confusões sobre a iniciativa; especialista aponta que 'novo batismo' optou pela 'criatividade do difícil'

Por Laelya Longo, Valor Investe

O Banco Central realizou a live “Drex: fatos, fakes e todas as dúvidas sobre a moeda digital”, na qual os líderes do projeto buscaram esclarecer as principais dúvidas que surgiram desde a apresentação do novo nome da moeda digital brasileira, há duas semanas. Inicialmente programada para 30 minutos, a live, que ocorreu na teve mais 10 minutos de perguntas e respostas e, ainda assim, muitos conceitos ainda ficaram no ar. (...)

“Assim como o Pix, a transação eletrônica que facilitou a troca de dinheiro sem a necessidade de papel, o Drex é uma iniciativa moderna e importante do Banco Central”, aponta Marcos Bedendo, professor de branding da ESPM-SP e sócio consultor da Brandwagon, empresa especializada em desenvolver conceitos de marca. “Mas ele precisa, assim como o Pix, ser bem aceito pela população. E é aí que o nome pode complicar essa aceitação.”

Bedendo avalia que “o Pix precisava ter um nome distinto, até para que as pessoas soubessem que era uma transação diferente das outras – como o DOC e a TED – e nesse caso, o uso de três letrinhas de uma forma simples de falar foi certeira”. “A clareza da ideia, somada ao fato de o serviço ser gratuito, caiu como uma luva para qualquer tipo de transação diferente das outras – como o DOC e a TED – e nesse caso, o uso de três letrinhas de uma forma simples de falar foi certeira”. “A clareza da ideia, somada ao fato de o serviço ser gratuito, caiu como uma luva para qualquer tipo de transação, de pequenos a grandes volumes”, pontua. “Taxi, Uber, a conta da padaria e até os vendedores ambulantes de semáforo passaram a usar o sistema." (...)

Para administrar os mal-entendidos, a live “Drex: fatos, fakes e todas as dúvidas sobre a moeda digital” trouxe um formato de perguntas e respostas, sobre as dúvidas colhidas pela equipe do Banco Central nas redes sociais. As respostas foram dadas pelo coordenador da iniciativa do Real Digital, Fábio Araújo, e pelo chefe do Escritório de Inovação e Segurança Cibernética do BC, Aristides Cavalcante.

Acompanhe as principais dúvidas e respostas:

A atual fase do projeto-piloto, que está conectando as instituições participantes à rede e resolvendo as questões de privacidade, vai até meados de 2024. Uma vez superada essa fase, o BC vai conseguir visualizar um prazo para testar os primeiros casos de usos que estarão acessíveis à população, entre o final de 2024 e início de 2025.

Não. O Drex é o real nosso do dia a dia, agora em uma tecnologia mais adequada para as transações digitais. Precisamos de uma moeda que seja apta para esse ambiente. É o mesmo real que está na conta bancária e que poderá ter na carteira de ativos digitais para ter acesso a outros serviços financeiros, na dinâmica da era da informação.

Não. A ideia do Drex é trazer mais uma alternativa de representação da moeda, utilizando mais tecnologia. O uso do dinheiro é muito individual, cada um tem um hábito. Tem pessoas que sempre têm dinheiro na carteira, e o Drex não vai substituir o papel moeda, a moedinha, o pagamento bancário ou o PIX. O Drex poderá ser utilizado nas operações que forem mais convenientes para cada pessoa.

As transações no Drex seguem o mesmo padrão das transações do sistema financeiro convencional. Elas estão sendo desenhadas para não ser centralizadas no governo. Serão feitas em um sistema distribuído, com o seu provedor de serviços financeiros, que pode ser um banco, uma instituição de pagamento ou uma fintech. São esses provedores que têm as informações dos clientes e de suas transações, da mesma forma como é hoje.

Um dos aspectos principais do projeto-piloto em desenvolvimento é sanar lacunas quanto à privacidade de dados, atendendo aos mesmos requisitos atuais de sigilo como em qualquer meio de pagamento digital, como PIX, cartão de crédito, TED e outros.

Não, não pode ter cotação diferente. O Drex é o Real, só que em outra plataforma. Então, se você transferir da plataforma do Drex para a sua conta bancária, ou sacar do caixa, um Drex que você sacar, você vai sacar um Real, porque um Drex é um Real.

O Drex não é uma criptomoeda, cujo valor da criptomoeda está sujeito às variações de demanda e oferta. O Drex é o Real digital, é a nossa moeda nacional, a nossa moeda fiduciária.

A interatividade do Drex vai acontecer através dos aplicativos dos bancos, que vão prover a melhor experiência para cada cliente, maior facilidade para as pessoas realizarem as transações, assim como aconteceu com o Pix.

Vai ser tão simples quanto enviar uma mensagem de WhatsApp, de uma forma que permita o usuário saber exatamente o que está fazendo e ter a segurança daquela transação. A democratização que o Drex vai trazer é de utilizar ferramentas que são complicadas, como DLT e smart contracts (contratos inteligentes), que hoje só uma pequena parcela da população consegue fazer uso, para que uma parcela maior da população.

A garantia está na Constituição Federal. Se o objetivo do Banco Central fosse centralizar dados e transações, não teríamos um desafio tecnológico tão grande. O objetivo é fomentar a inovação, mas com um arcabouço jurídico forte. O Banco Central não tem o poder de bloquear contas, apenas a Justiça, conforme diz a Constituição. A Justiça que pode demandar aos bancos, às instituições financeiras, o bloqueio de bens e de contas, e este preceito regulatório continuará no Drex.

O Drex vai ser usado através do aplicativo do seu banco, da instituição financeira que for escolhida. A pessoa não vai acessar diretamente o Drex, não tem que baixar nenhum aplicativo para poder acessar. A pessoa vai escolher a instituição que melhor entender às suas necessidades. A partir disso, vai acessar o portfólio de serviços e produtos que essa instituição vai oferecer ou outras, por meio do open finance. E pode-se escolher usar ou não o Drex. Não será obrigatório.

Se esse dinheiro estiver no formato digital, e, claro, mediante uma ordem judicial, os bancos poderão reverter as transações. Uma vez que a transação foi considerada fraudulenta, que houve uma fraude, houve um hack, houve um roubo, as transações poderão ser revertidas.

Se esse dinheiro for convertido em real físico e sacado, não é possível reaver. De forma bastante semelhante com o que acontece com o Pix hoje. O Pix tem mecanismos para tentar reverter as transações, mas infelizmente, dentro de alguns golpes, esses fraudadores rapidamente sacam o dinheiro e o transformam em formato físico.

Deve ocorrer justamente o contrário. A bolsa é para ser negociada no Drex. O BC pretende trazer os ativos na forma digital para serem negociados dentro da plataforma do Drex. Ações, títulos públicos federais, imóveis, automóveis. O Drex vai estabelecer o mercado para negociação de ativos.

O Drex está sendo desenvolvido sobre a Hyperledger Besu, que é uma rede permissionada, onde todos os participantes são instituições reguladas e autorizadas do sistema financeiro nacional. Assim como as redes blockchains públicas, a Hyperledger Besu é uma rede DLT, isto é, tecnologia de registro distribuído.

Nessa primeira etapa do projeto-piloto, o desafio é superar as questões sobre privacidade de dados. O segundo desafio é a escalabilidade e, na sequência, a interoperabilidade da plataforma do Drex com outras plataformas de DLT. A ideia é que as instituições reguladas e autorizadas pelo Banco Central possam fazer a ponte entre a plataforma do Drex e as demais plataformas de DLT que existem na economia tokenizada, na economia digital.

fonte:  Jornal Valor Econômico 
leia a matéria completa: https://valor.globo.com/financas/criptomoedas/noticia/2023/08/22/banco-central-esclarece-fatos-fakes-e-teorias-da-conspiracao-dobre-o-drex.ghtml
veja o vídeo da live no Youtube em: https://www.youtube.com/live/GCGbbA5o6mI?si=_jfIykjKHk74VTQM

 

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